Você não está
pronta para
viajar sozinha

Até que você decida que está.

Estar pronta para viajar sozinha

Quando minhas experiências se tornaram histórias, vi que precisava levar isso além. Foi procurando a definição sobre estar pronta para viajar sozinha  e várias descobertas ao longo dos meus então 23 anos, que decidi finalmente dividir tudo o que aprendi. 

Assim nasceu a ideia de criar este ambiente feito para todas que tem a vontade e  buscam coragem de explorar esse mundão sozinhas.

10 Jan 19-  3 min 


Foi um frio na barriga me propor a escrever este artigo e perceber o tanto de informação que tenho para compartilhar neste projeto que iniciou em 2019. Com imensos apoio, carinho e inúmeras histórias coletadas, finalmente chegou a hora de dar o pontapé inicial.

Viajar já faz parte de mim, viajar está comigo desde que me comunico- segundo minha mãe. E no que depender de mim, viajar ainda estará na minha lista de afazeres por um bom tempo

Tenho plena consciência dos privilégios que tenho – de saber o que significa tirar férias em família, de ter tido ter experiências de viagem que me encaminharam pros interesses que tenho hoje, de não temer me comunicar em outro lugar do mundo. E a verdade é que e eu gostaria de efetivamente encorajar a todos para dizer que é bastante simples chegar lá, apenas dando uma chance à sua coragem. Mas todos nós sabemos que as condições não são as mesmas para todos.

 De qualquer forma, espero contribuir para que sua ambição ao menos corte distâncias ao invés de aumentá-las

A primeira fase de estar pronta para viajar sozinha

Marina Morena quer viajar

  • Quem vai com você?
  • Mas sozinha so-zinha?
  • Você não tem medo?
  • O quê seu pai falou?
  • Seu namorado deixa?
  • Lá não tem terrorista?

Se cada uma dessas viesse com uma moeda de 1 real, já teria feito uma volta ao mundo. E aí eu os pergunto: como é que deixamos que uma reação tão desestimulante venha antes de qualquer possível incentivo?

É verdade que muitas vezes tememos o que não conhecemos, e os gorões de plantão da nossa vida muito provavelmente querem nosso bem no final das contas.

Meu maior palpite é que não temos noção de como somos responsáveis pelo que falamos e nem pelas idéias que perpetuamos. Mas acredite, o efeito negativo das palavras neste caso é colossal na nossa tomada de decisões- talvez por isso você ainda não tenha dado o primeiro passo.

Reflitamos sobre nossas rotinas: nós já conciliamos nossas responsabilidades em tantas esferas. No trabalho, trânsito, faculdade, no prédio, entre os amigos, nos relacionamentos. Presumir nosso insucesso por fazermos algo novo é minimamente um pensamento irresponsável, não verdadeiro e até ofensivo. Não somos desinformadas, incapazes e nem indefesas.

Se pensarmos bem, essas perguntas embalam muito mais um pacote de racismo, ignorância e honestamente, parece que já criam uma desgraça sensacionalista no momento em que a pessoa escolhe o tom pra lhe questionar.

Tanto isso foi verdade para mim, que eventualmente eu internalizei que todas essas precauções tinham um fundamento com razão. A Morena da novela se ferrou. Menina jovem bonita viajando sozinha é mula pra drogas. Você com esse rostinho é alvo fácil, não sobreviveria um minuto lá.

COMO ASSIM?

Mas eu fui mesmo assim

Três mil e seiscentos reais juntados ao longo de um ano de estágio me levaram pro meu primeiro mochilão sozinha. Em 60 dias eu cruzei 12 países no inverno europeu. Do país mais ao norte ao país mais ao sul, o frio era de cortar, a comunicação muitas vezes difícil, o google maps não funcionava, o dinheiro era contado, MAS EU FIQUEI BEM.

Antes disso, em meu planejamento, havia alguns outros empecilhos:

  • Companhia
  • Permissão (eu era menor então)
  • Coragem

Para a falta de companhia, a brilhante percepção “ué, vai sozinha” para permissão, aliei a espera de juntar dinheiro ao meu aniversário de 18 anos, para a falta de coragem, o incentivo.

Meu nome é Marina. Tive o privilégio de pisar pelo menos 2 vezes em todos os continentes que tocam os trópicos. No momento em que escrevia este texto, havia riscado meu meu 35º país antes de completar 23 anos. (não que eu acredite nos atuais limites fronteiriços) E qualquer um que me conheça um pouquinho que seja, sabe que é para isso que eu vivo.

Com orgulho eu percebo que maior parte das minhas conquistas foram pagas, planejadas, executadas e desfrutadas por mim mesma e junto à incríveis pessoas que conheci no meio do caminho. A partir do momento em que eu decidi que assumiria os riscos.

No final das contas, conquistas nominais não são nada de mais. Bastou eu decidir que estava pronta e experiências incríveis vieram por consequência. Contradizer todos aqueles “conselhos” se tornou um jogo constante e buscar experiências se tornou minha rotina.

O que torna sua próxima viagem tão distante?

Itens desnecessários para mochilar sozinha
Montevideo, 2019
Você não está pronta para viajar o mundo
Atenas, 2019
8 hábitos que você deve abandonar para ser uma mochileira
Melbourne, 2016

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